Qual a importância das redes sociais na farmácia?
Descubra como poderá alavancar o seu negócio através das redes sociais e estar mais próximo dos seus clientes através de uma presença eficaz nas redes sociais.
O comportamento dos consumidores tem vindo a alterar-se de forma acelerada para uma lógica cada vez mais digital. Este perfil de consumidor realiza frequentemente pesquisas online sobre os produtos de que necessita, bem como farmácias mais próximas da sua localização.
Os dispositivos móveis, smartphones, e o acesso à Internet são elementos facilitadores para que estas pesquisas ocorram de forma frequente. Assim, o recurso à Internet e em particular às redes sociais para as mais variadas pesquisas é uma realidade transversal às diferentes gerações.
Para que as farmácias possam acompanhar esta digitalização do mercado global, mantendo-se competitivas, é necessário que aprofundem o conhecimento acerca dos seus clientes: as plataformas que utilizam, os seus gostos, necessidades e dificuldades1. Deste modo, e após uma definição de objetivos e estratégia de comunicação, a farmácia poderá, através das redes sociais, estreitar o seu relacionamento com os clientes, bem como elevar a sua reputação e confiança.
O panorama da utilização das redes sociais em Portugal revela, através dos dados estatísticos, que cerca de 8,9 milhões de pessoas acedem a redes sociais. Cerca de 82,4% destes portugueses pesquisam sobretudo formas de ‘fazer coisas’ e cerca de 64% pesquisam por marcas2.
Por outro lado, o recurso à Internet e às redes sociais por parte dos profissionais de saúde e dos doentes tem vindo a aumentar, no sentido da pesquisa de informação sobre saúde3.
De salientar, portanto, a oportunidade para as farmácias agregarem valor através da partilha de conteúdos relacionados, por exemplo, com boas práticas em saúde. Assim, numa vertente de perceção da sua marca, uma farmácia poderá ainda:
- desenvolver a notoriedade;
- aumentar a credibilidade;
- trabalhar a reputação;
- ser reconhecida como uma autoridade;
- fidelizar clientes;
- atrair novos clientes.
As redes sociais são, portanto, uma ferramenta fundamental para ajudar a reforçar a estratégia de comunicação das farmácias.
Em que plataformas de redes sociais a farmácia deve estar presente?
Não será necessário que a farmácia tenha uma conta em todas as plataformas de redes sociais. Na adoção de uma boa estratégia é importante definir em primeiro lugar quais os objetivos da presença da farmácia nas redes.
Posteriormente, identificar quais as plataformas que os clientes da farmácia mais utilizam, que poderão ser o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, uma vez que são as redes sociais com taxa de utilização mais elevada em Portugal2. Desta forma, apenas fará sentido investir os esforços nas plataformas onde se encontra a audiência da farmácia.
Para uma dinamização coerente das redes sociais da farmácia, o gestor das redes precisará de estar atento a um conjunto de aspetos, nomeadamente:
Pegada digital coerente e positiva
Realizar uma gestão atenta da comunidade através da interação coerente com os seguidores, respondendo a comentários, sabendo de antemão que uma não resposta é por si uma resposta. Por outro lado, cada interação precisa de estar alinhada com o sentimento e a voz da marca.
Partilha de conteúdos relevantes
Para que os conteúdos partilhados pela farmácia possam agregar valor à audiência, é importante que acompanhem as suas principais dúvidas e dificuldades. Para tal, devem corresponder às diferentes fases da jornada de compra do consumidor, também conhecida em marketing como as etapas do funil de vendas.
No topo do funil, a pessoa depara-se com um problema/necessidade. Nesta etapa é importante despertar a atenção do cliente, através da partilha de conteúdos que respondam a dúvidas que possa ter. Podem ser dicas, guias práticos, webinares, tutoriais, entre outros.
No meio do funil, o futuro cliente considera a farmácia como uma possível solução para o seu problema. Os conteúdos partilhados devem contribuir para aumentar a confiança e o interesse para que possa prosseguir para a compra. Nesta fase da jornada, as redes sociais da farmácia poderão, por exemplo, partilhar e-books, podcasts ou infográficos.
O fundo do funil é a fase em que é decidida a compra, pelo que os conteúdos partilhados devem encaminhar para a conclusão desse processo de decisão. Nesta etapa, podem ser divulgados depoimentos de clientes satisfeitos,reviews de produtos, demonstrações, entre outros.
Podem ainda ser identificadas as principais tendências de pesquisa dos utilizadores do Google em Portugal, por data e localização, através do Google Trends. Esta ferramenta gratuita fornece novas ideias de conteúdos a abordar, uma vez que vai ao encontro dos temas que estão a ser mais procurados e que estão a gerar um maior interesse das pessoas.
Esta partilha de conteúdos possibilitará conquistar a confiança do cliente, ou seja, ‘vender sem vender’, e irá permitir à farmácia estar no top of mind das pessoas, que, assim que necessitarem de algum produto ou serviço, irão adquiri-lo da farmácia com a qual mantêm esta relação de proximidade e de confiança.
Comunicação consistente
Em cada rede social na qual a farmácia tenha presença, é necessário que mantenha a frequência da sua comunicação. De forma a mitigar alguma dificuldade que possa surgir relativamente à produção de conteúdos, é recomendável a criação de um calendário editorial com a proposta de publicações semanal ou mensal.
Neste sentido, será essencial envolver a equipa de vendas, que, por lidar diariamente com os clientes, poderá dar contributos fundamentais relacionados com as principais dúvidas ou dificuldades dos clientes. O desenvolvimento de uma comunicação empática e humanizada da marca da farmácia contribui para gerar uma maior confiança do cliente e, por consequência, potenciar as vendas.
Imagens e vídeos alinhados com a marca
A atenção das pessoas nas publicações de redes sociais prende-se, em primeiro lugar, pelas imagens e vídeos utilizados. Neste sentido, é importante utilizar imagens de qualidade alinhadas com a marca para captarem a atenção das pessoas no feed, de forma mais eficiente. Se as imagens forem retiradas da Internet, é importante acautelar as questões de direitos de autor. Os bancos de imagens gratuitos são uma boa opção.
Atualização constante
As alterações das plataformas de redes sociais ocorrem de forma acelerada, sendo crucial que os gestores de redes sociais se mantenham atualizados. Existe à disposição de profissionais de farmácia formação acreditada e online sobre redes sociais para farmácias, para que a equipa se possa atualizar e aprender a utilizar as ferramentas.
No entanto, caso a farmácia não tenha colaboradores disponíveis para desenvolver a comunicação nas redes sociais de forma consistente, uma boa opção poderá ser a contratação de uma agência especializada em comunicação e marketing digital.
As marcas de saúde não comercializam apenas produtos, mas também a proposta de um estilo de vida mais saudável. Neste sentido, a farmácia poderá igualmente recorrer ao marketing de influência através de influenciadores que possuam experiência em temas específicos, para agregarem mais valor aos seus seguidores, de forma genuína4.
Algumas boas práticas em redes sociais:
- Trabalhar diariamente a reputação da marca;
- Manter-se atento ao que é ‘falado’ sobre a farmácia nas diferentes plataformas;
- Interagir e responder aos comentários;
- Humanizar a marca através da criação de conteúdos, priorizando a participação de pessoas, para que haja uma maior aproximação com a audiência;
- Não comunicar apenas o produto numa perspetiva comercial, mas partilhar conteúdos e dicas, relacionando de forma indireta com os produtos comercializados pela farmácia;
- Partilhar conteúdos de forma a contribuir para a literacia em saúde e bem-estar;
- Envolver toda a equipa.
A presença das farmácias nas redes sociais já não é uma opção, mas uma necessidade. A sua utilização permite estar à frente da concorrência e alavancar a notoriedade e a credibilidade da marca.
A responsabilidade social e o contributo para a literacia em saúde pertencem também às farmácias. Estas ocupam uma posição privilegiada no contacto próximo com as pessoas e que contribuem de forma muito positiva para a educação em saúde mental e física das pessoas.
Ferramentas úteis e gratuitas
- Edição de imagens e vídeo online: www.canva.com
- Personalização de URL: www.bitly.com
- Bancos de imagens e vídeos de qualidade elevada: www.pexels.com, www.unsplash.com.
Referências:
- Syrkiewicz-Switala M, et al. Perspectives for the Use of Social Media in e-Pharmamarketing (2016). Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5116467. Consultado em 28.12.2022.
- KEPIOS, We are social. (2022). Digital 2022. The Essential Guide to the latest connected behaviours. Disponível em: https://kepios.com. Consultado em 28.12.2022
- Benetoli A, et al. The use of social media in pharmacy practice and education. Res Social Admin Pharm. 2015;11(1):1-46. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24814268/. Consultado em 28.12.2022.
- Willis E, Delbaere A. Patient Influencers: The Next Frontier in Direct-to-Consumer Pharmaceutical Marketing. J Med Internet Res. Disponível em: https://www.jmir.org/2022/3/e29422/. Consultado em 28.12.2022.