Como escolher um influencer para divulgar a minha farmácia?
O marketing de influência pode ajudar a dar visibilidade à sua farmácia e a aumentar as vendas. Descubra 4 critérios a considerar para escolher o influencer ideal.
Chegar a novos clientes, divulgar produtos e serviços, aumentar a notoriedade da farmácia e canalizar tráfego para o website, onde podem ser feitas vendas através de e-commerce: todos estes objetivos – e mais alguns – podem ser atingidos através de uma boa estratégia de marketing de influência. Essencialmente, este tipo de comunicação consiste em convidar pessoas com seguidores nas redes sociais para divulgarem uma marca, produto ou serviço. Através destes influenciadores, que contam já com uma audiência que os segue regularmente, é possível chegar ao público de um modo mais natural e considerado menos invasivo, em muitos casos.
Para Isabel Lima, consultora e formadora no setor das farmácias, o maior desafio na criação de uma estratégia deste género é a escolha do influencer mais adequado. “O objetivo é fazer o match ideal entre o nosso público-alvo e o do influenciador. A investigação e seleção pode passar pelo uso de plataformas digitais e até pelo contacto com agências de influenciadores. De um modo ou de outro, vamos ter de fazer um trabalho de casa que consiste no estudo do comportamento do influenciador, não só naquele momento, mas também no passado.”
Isabel Lima alerta para a importância da credibilidade do influenciador. “Hoje, todos querem ser influencers. Alguns até falam sobre saúde, nutrição e cosmética, mas não têm competências para isso. Isto significa que, em alguns dos conteúdos produzidos, há falhas até científicas. Enquanto empresa de saúde, a farmácia deve ter isto em conta: não podemos correr o risco de termos alguém a falar sobre a nossa marca e os nossos produtos sem uma garantia de que a informação está correta”, afirma.
Importa, porém, não passar do 8 para o 80. “Alguns influencers são tão especializados em determinada área que a sua audiência não faz match com o objetivo que temos para a farmácia. Se o influenciador é demasiado especializado, mais facilmente está a influenciar colegas do que potenciais clientes”, refere Isabel Lima.
A consultora e farmacêutica alerta também para o cuidado com a coerência. “Se um influencer trabalha hoje para o laboratório A e amanhã para o B, que é concorrente, esta falta de coerência gera afastamento das marcas e dos seguidores.” Da mesma forma, é má ideia, por exemplo, um influenciador destacar os benefícios especiais de um protetor solar que só se vende numa farmácia e, dias depois, outro mais barato e de diferente qualidade.
Optar por um influencer mais ou menos especializado?
Bruno Salomão, head of strategy & business para Portugal, França, Reino Unido, Itália e EUA da agência SocialPubli, admite que, desde que o influenciador esteja totalmente alinhado com os objetivos da farmácia ou da marca, não tem necessariamente de ser alguém especializado na área. Se o objetivo for abordar um assunto mais sensível, até no que respeita ao que pode ou não ser transmitido ao público em geral, faz sentido “procurar perfis com maior qualificação para falar no tema”.
No entanto, nem sempre é este o caso. “Imaginemos que vou abrir uma farmácia no centro do Porto e que pretendo ter algum impacto nas imediações. Posso procurar um influenciador que já tenha seguidores, por exemplo, na área do lifestyle, para fazer um conteúdo em que descreve a experiência de comprar na minha farmácia”, exemplifica o especialista.
Num caso ou noutro, a comunicação pormenorizada entre o cliente farmácia e o influenciador, seja direta ou através de uma agência, é fundamental. “Não basta enviar uma lista com 2 ou 3 tópicos e esperar que o influencer faça tudo sozinho. É preciso ter uma ou mais reuniões para deixar tudo claro. E validar todos os conteúdos antes de serem publicados, para garantir que a mensagem está em conformidade com o que se quer transmitir”, explica Bruno Salomão.
4 critérios a ter em conta na escolha de um influencer
A seleção do influenciador é talvez o aspeto mais decisivo para o sucesso de uma campanha de marketing de influência. Estes são alguns dos critérios a considerar, nomeadamente no setor da saúde:
Quantidade de seguidores
Naturalmente, quanto mais seguidores tiver o influencer, mais pessoas visualizarão o conteúdo. No entanto, este não é o critério mais importante. Dependendo do orçamento da campanha, esta pode até envolver influenciadores de diferentes níveis: desde as celebridades aos nano-influencers (abaixo dos 10 mil seguidores).
Qualidade dos seguidores
Mais do que a quantidade, preocupe-se com a qualidade dos seguidores. São participativos? Comentam as publicações? O próprio influenciador poderá fornecer-lhe algumas das suas métricas, como o engagement rate, os cliques gerados para um website em publicações recentes e o alcance.
Público-alvo interessante
É fundamental que o público-alvo do influencer coincida o mais possível com o da marca. Se o objetivo é comunicar uma farmácia local, sem comércio eletrónico, poderá fazer sentido recorrer a um influencer com seguidores da área geográfica em causa. Por outro lado, se queremos chegar a um público de meia-idade, pode ser pouco avisado apostar no TikTok, por exemplo.
Alinhamento com os objetivos da empresa
O influenciador deve ter competência para falar sobre o tema em causa, além de partilhar com a marca os valores, posicionamento e tom de comunicação. Caso contrário, corre-se o risco de transmitir informação errada ou que a mensagem soe a falso, o que até pode ter um efeito negativo.